Tom Jobim é famoso por suas composições e por levar a música brasileira ao mundo, mas o que passa despercebido, muitas vezes, são as poesias que ele musicou ao longo da vida.
Filho do literata, Jorge Jobim, desde pequeno Tom teve contato com a literatura, pela qual criou um grande amor. Lia muito desde pequeno, sua avó Mimi e seu avô Azor, assim como sua mãe, Nilza, sempre fizeram com que o contato cultural de Tom e Helena, sua irmã, fosse grande. Era recorrente os saraus na casa da família, os tios de Tom, Marcelo e João, tocavam violão, a mãe cantava, a avó e as crianças recitavam poesias…e assim cresceu Tom Jobim.
Ao iniciar profissionalmente na música, Tom trabalhou com o poeta Vinicius de Moraes, um dos maiores da poesia brasileira, mas não foi só com o poetinha que Tom aliou poesia e música.
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Em Soneto de Separação, temos a bela leitura de Vinicius de sua própria composição, enquanto Tom, posteriormente segue no tema com sua voz e melodia econômica das notas de seu piano. No poema onde a antítese dos versos revela a mudança repentina e bruta de uma relação amorosa. Escrito na ocasião em que Vinicius teve que se mudar para a Inglaterra, em 1938, terminando um namoro. O poema foi escrito durante a viagem de navio do poetinha.
Em A Música em Pessoa, LP lançado em 1985, trazia inúmeros cantores e compositores brasileiros interpretando poemas de Fernando Pessoa. Apesar de seu poeta favorito ser Carlos Drummond de Andrade, à quem não poupou elogios durante a vida, o poeta que mais passeou pelas canções de Tom foi Fernando Pessoa
Em Ensaio poético, Tom e Ana Jobim, publicado em 1987, há uma reunião das fotografias de Ana com poemas e letras escritas por Tom. As fotos revelam a intimidade do maestro e como ela se alia a suas composições.
Tom foi um artista completo. É o maestro soberano.
Fonte: http://obviousmag.org