Texto por Luis Batista Gonçalves
Muitos pais, para calar os filhos e/ou para os manter sossegados, não hesita em dar-lhes um tablet ou um smartphone nas mãos. Nada de mais errado, segundo as novas descobertas! Álvaro Bilbao, neuropsicólogo espanhol, autor do livro “El cerebro del niño explicado a los padres”, «O cérebro da criança explicado aos pais» em tradução literal, diz que, se querem ter filhos (mais) inteligentes, tem que retirar o iPad e dar-lhes um instrumento musical.
De acordo com este especialista, citado pela edição online do jornal El País, as aulas de música estimulam a capacidade de raciocínio das crianças, mais do que a tecnologia. Segundo um estudo publicado na revista Psiquiatria Molecular, 50% da inteligência é determinada pelos genes mas os restantes 50% dependem dos estímulos que os mais pequenos recebem.
“Sem os pais, o potencial intelectual da criança não se desenvolve,” assegura Álvaro Bilbao.
Além de reforçar condutas positivas e de brincar mais com os filhos, «no chão, se for o caso », como recomenda Álvaro Bilbao, os pais devem promover a socialização em detrimento do isolamento, o que implica desligar a televisão à mesa, além de incentivar a criança a fazer desporto e a experimentar atividades.
“A criança deve sentir que tem uns pais que se preocupam com ela”, defende também o pediatra Maximino Fernández Pérez.
O que sugerem as últimas investigações internacionais
Estas são algumas das estratégias que os estudos e os especialistas defendem:
– Estudar música
Um estudo da Universidade de Toronto, publicado na revista Psychological Science, relacionou o desenvolvimento cognitivo com a aprendizagem de música. Durante um ano, três grupos de crianças de seis anos estudaram, separadamente, canto, piano e expressão dramática. Os que aprenderam música revelaram padrões de inteligência maiores no final.
– Não ver televisão
Há uns anos, estavam na moda os filmes de desenhos animados em DVD que aliavam figuras desenhadas à música clássica de compositores como Mozart e Beethoven. Muitos especialistas afirmavam que estimulavam a inteligência de bebés e crianças, uma teoria que muitos estudos internacionais desmentiram. A Associação Americana de Pediatria diz mesmo que as crianças com menos de dois anos não devem ver televisão.
– Evitar os programa de desenvolvimento cerebral
Nos últimos anos, surgiram muitos jogos eletrônicos e aplicações móveis que asseguram que treinam o cérebro e estimulam a memória. A verdade é que não existe qualquer base científica que o comprove.
– Ver filmes numa língua estrangeira
As crianças que veem filmes numa língua estrangeira tendem a adaptar-se mais facilmente a outros vocábulos e a outros sons. De acordo com um estudo europeu sobre competência linguística, levado a cabo pelo Ministerio de Educación, Cultura y Deporte de Espanha, os espanhóis têm dificuldade em compreender e em falar inglês porque, ao contrário dos portugueses, veem tudo dobrado.
– Ler a duas vozes antes de ir para a cama
As histórias que os pais leem aos filhos para os adormecer devem ser lidas a duas vozes. O progenitor lê uma página e a criança lê a seguinte e por aí vai… Um estudo realizado no Canadá garante que este método permite melhorar a capacidade de aprendizagem dos mais pequenos.