Qual a receita para se viver bem?

Todo mundo sabe que da vida temos apenas duas certezas: A que vamos nascer e a que vamos morrer.

Sobre nascer, há aqueles que afirmam que os bebezinhos ainda dentro da barriga da mãe temem o nascimento. Não sei se é verdade. Mas é fato que todos nós já encaramos o nosso nascimento, bravamente.
A vida é uma passagem tão incrível! Cercada de forças que não entendemos. Creio que tempo talvez seja a coisa mais misteriosa que existe. Podemos controlar o nascimento das rugas, prevenir doenças, mas inexoravelmente o tempo passa e quanto a isso não podemos fazer nada. Se pudéssemos, é claro, todos nós já teríamos apertado o botão de “voltar” algumas vezes. E é exatamente essa falta de controle que faz a vida ser fantástica.

Quando pequena certa vez perguntei ao meu pai quando as pessoas morriam. Ele, cautelosamente escolheu as palavras. Se dissesse que era quando ficamos doentes, eu que vivia cercada dessas doenças infantis iria me angustiar. Se ele dissesse que era quando o cabelo ficava branco, também não resolveria pois o (pouco) cabelo dele era totalmente branco. Disse então que era quando as pessoas ficavam bem velhinhas e enrugadinhas. Doce ilusão infantil.

Todos nós temos consciência da morte. Podemos nos angustiar diante dela ou não. Rubem Alves dizia que a morte não fala sobre a morte. Ela fala sobre a vida… É ela que nos pergunta o que estamos esperando para usufruir as coisas que queremos. Do latim, temos 2 frases que nos falam sobre a essência da vida: Tempus fugit que quer dizer “o tempo foge”, e Carpe diem, que quer dizer “usufrua o seu dia”. Não, a vida não é uma corrida. Embora o presente seja um tempo que está sempre passando, ele deve ser saboreado. Não é preciso escalar montanhas, ser viril, ouvir as melhores músicas e tomar os melhores vinhos o tempo todo.

A graça está em degustar. E a vida caro amigo, é feita de coisas simples, das coisas que nos cercam. Os modelos de vida fantásticas e maravilhosamente alegres eu acredito que só existem na televisão e na Revista Caras, onde todos são magros, lindos, bem sucedidos e com dentes perfeitos. E nós pertencemos ao universo da vida real, não ao universo da mídia.

Se eu tenho medo de morrer? Não eu não tenho. Eu tenho medo é de sentir dor. Mas ainda bem que a medicina está bastante avançada e pode me poupar disso. Ficar pensando na melhor forma de morrer não leva a nada. Da morte quero apenas sua pitada de angustia que me faz lembrar que estou vivendo, na minha rotina, entre meus afazeres comuns. Respiro mais fundo para me certificar da minha vitalidade esquecida. E enquanto escrevo aqui para você ouço música, tomo café e torço para que me sobre tempo para sentar ao sol pois o dia está frio. Sim, a vida é feita de coisas simples, e o seu charme está bem aí!

Tempus fugit, Campe diem… Amém!

Raquel Alves

image from: https://www.google.com.br/search?q=viver+bem&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi4gcn4vqfVAhVFFJAKHUAzCQwQ_AUICigB&biw=1575&bih=954#imgrc=dW6n29bHJ0kiOM:



Para todos aqueles que desejam pintar, esculpir, desenhar, escrever o seu próprio caminho para a felicidade.