O padre Edson Ribeiro, de Palma, na Zona da Mata mineira, faz sucesso nas redes sociais com vídeos, lives e podcasts nerds – tudo enquanto joga videogame.
Ao portal G1, o sacerdote disse que seu dia a dia se baseia na busca em conciliar os afazeres da Igreja com seus hobbies “geeks”.
A infância de Edson, nos anos 1990, foi tranquila e bastante ligada à cultura nerd da época. Para ele, foram anos tão bons que seria impossível não trazer esse cotidiano para a vida adulta.
“Eu era muito ativo, gostava de brincar na rua, mas amava mesmo era jogar videogame”, disse o pároco, que tinha um console da Master System e um Nintendo em casa.
Um dos seus jogos preferidos, bem como de seus amigos e familiares, era Sonic. Depois, passou a jogar Pokémon com mais frequência no Game Boy antes de migrar para o Super Mario no Nintendo 64.
“Lembro como se fosse hoje a primeira vez que joguei Super Mario 64, que se tornou meu jogo favorito de todos os tempos. As cores, a liberdade do jogo, a diversão. Tudo ali era mágico!”, explicou ele com entusiasmo.
Segundo Edson, nunca houve um momento em que ele tenha se identificado como gamer – ele apenas sempre consumiu conteúdo geek.
Aos vinte e poucos anos, ele cursou três anos de Desenvolvimento de Jogos. No entanto, ao passo que se aproximava de Deus e dos afazeres paroquiais – seu chamado em vida – Edson largou a graduação e seguiu um novo caminho, onde descobriu o que o fazia feliz.
Foram 8 anos estudando Filosofia e Teologia, além da formação em seminário para ele enfim ser ordenado padre em setembro de 2017, cinco anos atrás.
Questionado sobre o que achava do “padre gamer”, ele explicou que “gosta de pensar em ser apenas um padre com hábito de jogar”.
“Tenho minha vida vocacional, exerço meu ministério da melhor maneira possível e os momentos de folga aproveito para curtir os jogos, conhecer as novidades e conversar sobre isso com amigos”, disse.
Por fim, Edson refletiu sobre a noção de boa parte da população de que um padre que gosta de jogos é incomum, uma vez associa-se os jogos a algo que deve ser evitado.
Por isso mesmo, quando os fiéis observam um líder religioso que gosta dos mesmos conteúdos, as barreiras são quebradas e as pessoas se sentem acolhidas.
“Os jogos são um lazer, algo que eu faço somente em dias de folga ou após as tarefas concluídas. Afinal de contas, o padre também é um ser humano com suas obrigações”, destacou o padre.
“Uns gostam de ler, outros de viajar, eu gosto de jogar com meus amigos e falar sobre isso. Muitos ainda têm essa imagem do padre como um ‘ser estranho’ ou ‘fora do mundo’, mas à medida que o tempo passa muitos vão percebendo que não é uma vida de isolamento”, completou.
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