Atualmente inúmeras escolas e profissionais da área de educação vem discutindo a respeito da comunicação a ser adotada com as crianças. Em uma sociedade onde é proibido repreender as crianças fisicamente, qual método adotar para impor limites aos que além de desobedecer chegam a agredir e desrespeitar o professor, colegas e demais envolvidos?
Antes de mais nada, coloco aqui uma pergunta: Em qual momento se deu a ruptura em que o adulto deixou de ser humano e se tornou um cumpridor de tarefas? Explico-me: quando não rompemos com a nossa condição humana, quando carregamos dentro do nosso corpo adulto a criança que já fomos e toda a memória que vem junto com ela, naturalmente saberemos a resposta. Pois em algum tempo do passado já fomos a criança que vai para a escola. Sabemos exatamente o que funciona e o que não funciona. Mas erramos sistematicamente por que insistimos em olhar aos pequenos com olhos de gente grande. E a balança assim raramente se equilibra. Creio de verdade que se um professor ou pai, diante de uma criança que se recusa a jogar as regras do jogo, esquecer por um minuto das tarefas que tem a cumprir e olhar para a criança diante de si com os mesmos olhos que gostaria que olhassem para a criança que foi no passado, terá a precisa resposta de qual conduta será mais assertiva. Essas respostas estão em nós. Mas não… Olhamos para nossas tarefas a serem cumpridas, e o que nos parece ser o melhor caminho para a solução é sempre o mais curto: a repreensão.
Fazer a criança chegar as suas próprias conclusões, de forma responsável e séria sempre funciona. Mas exige atenção por parte do adulto que auxilia a criança a conquistar a auto avaliação. A escola. Robert W. Coleman, em Baltimore, nos EUA, há mais de dois anos substituiu a repreensão por meditação.
Ao silenciar, e se ver induzido ao contato consigo mesmo, mesmo os alunos mais agitados de equilibram. A regra de ouro é lembrar que todos nós, invariavelmente, queremos melhorar. E a meditação parece surtir efeito pois desde que foi implantada, há mais de dois anos atrás, nenhum aluno mais foi suspenso.
O melhor caminho para o equilíbrio sempre começa dentro de nós.