A cantora Marília Mendonça morreu após uma tragédia na tarde desta sexta-feira (5).
O avião em que ela estava caiu na zona rural de Piedade de Caratinga (MG), próximo ao acesso da BR-474.
O falecimento da jovem de 26 anos – e artista mais escutada do streaming brasileiro dos últimos três anos, – foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
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Do acidente aéreo, também foram confirmadas as mortes do produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e co-piloto do avião, cujos nomes foram preservados.
No mês de julho, o trio de “Patroas”, como eram carinhosamente apelidadas pelos fãs, fez uma live com transmissão pelo YouTube. No show, elas misturaram sucessos antigos e 9 músicas inéditas, que seriam a base da turnê planejada para 2022.
“Aqui ninguém é boba. Não deixaríamos de lado projetos individuais se não víssemos uma grandiosidade financeira (na parceria). As três juntas são muito maiores do que cada uma no seu quadrado. E a amizade é natural. Às vezes temos que nos aguentar, mas não forçamos para ser sociáveis”, disse Marília na época, com cerca de 40 milhões de seguidores apenas no Instagram.
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No ano passado, ela comandou a live mais vista no mundo, com 3,3 milhões de acessos. “Ainda estou aprendendo o que significam esses números. Mas, ao mesmo tempo, é bom não ter a dimensão exata, para não parar de sonhar”.
“O sertanejo sempre foi visto como brega, na pior definição do termo, ou como um estilo de gente sem cultura que não entende das coisas. Para as mulheres, o estereótipo é ainda pior, pois há a questão da imagem. Mas hoje sei que adoro ser brega”, pontuou Marília Mendonça. “A gente vem agora com o sertanejo pós-graduado. Não é mais “sertanejo universitário”, que remete a algo que está aprendendo. Queremos mostrar nosso orgulho”, complementou.
Seu posicionamento se refletia nas canções inéditas. Em uma das letras, Marília, Maiara e Maraisa cantam:
“Meu coração fez um fã-clube só pra você/ Ô, meu amor, eu vim aqui só pra te ver” – um exemplo de canção ‘menos combativa’ que se enquadrava no repertório do trio, longe de temas como fossas, traições, porres e vinganças amorosas, temas recorrentes no trabalho das artistas.
“Falar sobre a mulher que se deu bem no relacionamento e diz coisas bonitas é uma coisa que fizemos de forma muito sutil até agora” reconhece Maraisa. “[…] Não tem como fugir disso. A gente canta a verdade. Às vezes nem passamos pela situação (que estamos cantando), mas conhecemos alguém que viveu exatamente aquilo. E isso traz vários gatilhos na gente”, disse.
Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, Marília contou que já tinha perdido a conta de quantas mulheres entraram em seu camarim para revelar que abandonaram os maridos incentivadas pelo hit “Infiel”.
Ainda assim, elas frisam que “não fazem música feminina” e não gostam do termo “feminejo” – um subgênero musical em que mulheres tomam a palavra para narrar sua versão de causos de amor.
“Não precisamos mais de um nicho. Estamos no ranking de igual para igual com os homens”, cravou Marília na época.
Descanse em paz, Patroa!
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