Há pessoas que não gostam de você, gostam é de ter você gostando delas

Texto por Professor Marcel Camargo

Sempre que estivermos em um relacionamento, poderemos ter dúvidas quanto ao tanto de reciprocidade que vem do lado de lá. Seja no tocante a amizades, a famílias, a emprego, seja no amor, vez ou outra a gente acaba se questionando quanto à validade dos sentimentos envolvidos, dos nossos e dos outros.

Queremos ter certeza do retorno afetivo, queremos dar e receber na mesma medida, porque é assim que nos sentimos completos, é assim que não existe solidão acompanhada. É assim que deveria ser, porém, às vezes não é. Muitas vezes, o retorno parece não vir, o olhar não se volta em nossa direção e as mãos do outro nunca procuram as nossas.

Na verdade, cada pessoa tem sua própria maneira de sentir o mundo, de lidar com os sentimentos e expressá-los, ou seja, o lado de lá não será idêntico ao nosso lado e nossas expectativas jamais estarão plenamente acomodadas. Isso não quer dizer, entretanto, que não existe comprometimento, parceria ou reciprocidade. Existem várias formas de demonstrar o amor e é preciso estar atento a formas outras de expressão afetiva que não as nossas.

Ainda assim, haverá retornos que não corresponderão ao que queremos simplesmente porque não haverá nada a retornar, não haverá volta de nada além do eco vazio do reflexo da própria solidão. O outro, nesses casos, apenas nos terá como um mimo, um enfeite que massageia o ego dele, um estepe seguro e certo ali do lado. Sempre existirá quem não goste verdadeiramente de nós, mas apenas quer nos manter ali gostando dele solitariamente.

Enfim, nada como a certeza de que somos amados, para tranquilizar nosso coração, para sanar nossas dúvidas eventuais e serenizar a nossa alma. Se houver dúvidas demasiadas, será hora de repensar o que vale ou não a pena regar. Entender a forma de amar do outro é necessário, mas aceitar não ter nada de volta é como regar flores mortas. Não se humilhe a esse ponto.

* O título deste artigo baseia-se em citação de Wil Castro.



Para todos aqueles que desejam pintar, esculpir, desenhar, escrever o seu próprio caminho para a felicidade.