Após a conclusão do enorme mural do artista Mundano em São Paulo (SP) que faz uma releitura da obra ‘O Lavrador de Café’, João Cândido Portinari, filho de Cândido Portinari, se disse emocionado com o grafite de 780 m².
“Eu achei extraordinário. Essa questão do meio ambiente tomou um relevo que não tinha tanto assim antes. Esse trabalho do Mundano é essencial, é oportuno, atualíssimo”, afirmou João Cândido à GloboNews.
A obra foi feita com tinta à base de cinzas das florestas brasileiras que foram queimadas nos últimos meses.
De acordo com o portal G1, o painel fica localizado na Rua Capitão Mor Jerônimo Leitão, 108, cuja melhor vista é a da passarela da Avenida Prestes Maia.
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Processo
A matéria-prima do mural, isto é, as cinzas, foram coletadas, amassadas, trituradas em um moedor de café e, depois, misturadas em água e tinta. Depois desse processo, o material foi aplicado na superfície.
O objetivo de Mundano é denunciar a destruição dos grandes ecossistemas brasileiros, “que estão sendo, literalmente, reduzidos a cinzas”, além de homenagear os brigadistas que combatem as queimadas Brasil afora.
“A expedição saiu de São Paulo e percorreu mais de 10 mil km por quatro biomas – Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica – para coletar as cinzas da floresta”, contou ele.
“A gente encontrou ossadas, mandíbulas, dentes, espinha dorsal. Então, dá pra sentir a dor. Essas árvores foram queimadas vivas, esses animais foram queimados vivos”, relatou.
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“A gente quer pegar essas cinzas da floresta e transformar em ‘artivismo’ para defender, preservar e para homenagear todos e todas que defendem a floresta de pé. Sem floresta, não tem água; sem água, não tem vida”, completou.
Fonte: Jornal Floripa
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