Pela 1ª vez em 20 anos, filhote de ararinha-azul nasce em solo brasileiro: ‘Futuro da espécie’

Um ano após receber 52 ararinhas-azuis doadas pela Alemanha, o estado da Bahia anunciou o nascimento do primeiro filhote da espécie ameaçada de extinção.

Para biólogos da Universidade de São Paulo (USP, o nascimento marca um importante capítulo na busca pela reintrodução da espécie na natureza, especialmente na Caatinga baiana.

De acordo com a comunidade científica, a ararinha-azul é considerada extinta no Brasil desde o início dos anos 2000, quando foi vista pela última vez em território tupiniquim.

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Nos últimos vinte anos, ela vinha existindo somente em cativeiros privados.

“O nascimento do primeiro filhote de ararinha-azul na Caatinga é um marco histórico. Ter esse centro de reprodução na Caatinga e araras começando a se reproduzir interagindo com as aves da natureza é extremamente importante e significa um alento e um futuro azul para a Caatinga”, afirmou a doutora Neiva Guedes, do Instituto Arara-Azul.

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Ameaça de extinção

A perda de habitat natural e a caça ilegal foram determinantes para a quase extinção das ararinha-azuis.

“A maior ameaça das espécies é o que chamamos de perda de hábitat, que é a perda do ambiente natural onde a espécie ocorre. Essa alteração do ambiente pode chegar ao ponto que esse ambiente já não é mais educado para a existência da espécie. Com isso, podemos chegar a pequenos remanescentes desse ambiente adequado onde a espécie consegue sobreviver. Infelizmente, a grande maioria da perda de habitat é causada pela ação humana”, explicou a professora Cristina Yumi, do Instituto de Biociências da USP.

De modo a proteger essas aves, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP) mantinham alguns espécimes em cativeiro na Alemanha.

No ano passado, a organização assinou uma parceria com o governo brasileiro. A repatriação das aves faz parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).

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Filhote recém-nascido

Para Neiva Guedes, o nascimento do filhote neste ano, na Caatinga da Bahia, pode ser considerado um sucesso, uma vez que garantir que uma espécie se reproduza, não é uma tarefa tão fácil.

“Esse sucesso reprodutivo depende de condições nutricionais e de saúde de cada indivíduo e, no caso de algumas espécies, é necessário também que os indivíduos tenham compatibilidade. Ou seja, eles têm que ter alguma ligação afetiva. Às vezes, a reprodução não tem sucesso porque o par não se gosta”, disse Cristina.

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Fonte: USP



Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.