Estudante brasileiro conquista medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Física: ‘Dei meu máximo’

Um jovem de Ribeirão Preto (SP) acaba de conquistar a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Física (IPhO), uma das competições estudantis científicas mais importantes do mundo que colocou em disputa representantes de 76 países.

Além de ser o único brasileiro a ter a premiação máxima entre os 380 competidores, de países como China, Coreia do Sul, Rússia e Estados Unidos, Caio Augusto Siqueira da Silva, de 17 anos, também atingiu a maior nota em participações do Brasil no evento realizado há mais de 50 anos.

Depois de dois anos de muito estudo em meio à pandemia, o jovem, que vive em Santo André (SP) e participou representando o Colégio Objetivo, em São Paulo, celebra a conquista enquanto faz planos de estudar em uma universidade estrangeira.

“Quando eu estudava física a coisa que eu mais queria fazer era me divertir estudando física. Acho que isso eu consegui durante a olimpíada, independente da medalha que eu ia pegar, porque dei meu máximo, gostei do que estava fazendo ali. Eu me sinto feliz e realizado”, diz.

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Olimpíada Internacional de Física

Realizada desde 1967, a Olimpíada Internacional de Física teve a cidade de Vilnius, na Lituânia, como organizadora da 51ª edição do evento, promovida entre 17 e 24 de julho de forma virtual em função da pandemia da Covid-19.

Cada país participante foi representado por até cinco estudantes submetidos a dois dias de provas monitoradas por câmeras, uma teórica, com questões de física quântica, ótica e eletromagnetismo, e outra experimental, em que os competidores trabalharam com circuitos elétricos com capacitores.

Antes da crise sanitária mundial, a competição chegava a reunir em torno de 100 países, conta Ronaldo Fogo, de 57 anos, professor de física que prepara alunos como Caio para olimpíadas científicas há mais de 20 anos.

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“É uma das mais importantes [competições do mundo], primeiro pela quantidade de países, que bate uma centena. O segundo ponto importante é porque ela abre portas para os alunos do mundo todo nas melhores universidades do mundo. Em terceiro lugar, porque é muito comum você ter um ou dois prêmios Nobel dando palestras para os alunos, interagindo, passando uma semana com eles, abordando temas da física”, diz.

Depois de vencer, em 2019, a Olimpíada Brasileira de Física (OBF), da Sociedade Brasileira de Física (SBF), Caio Augusto se qualificou para disputar, entre cerca de 200 estudantes, as cinco vagas para a competição internacional.

“Os melhores do Brasil fazem um novo torneio dentro do Brasil e Caio foi o melhor aluno do torneio classificatório e a maior nota de todos os classificados”, afirma o professor Fogo.

O jovem e os outros quatro competidores brasileiros realizaram as provas nos dias 19 e 21 de julho, em Campina Grande (PB), e mais uma vez o estudante de Ribeirão Preto se destacou.

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Com 37,10, para um score de 0 a 50, Caio Augusto não só superou a nota de corte para ser um dos ganhadores da medalha de ouro, de 33,32, como também atingiu a maior pontuação de um aluno brasileiro de ensino médio e foi o terceiro do país a levar o ouro pra casa na história da olimpíada de física.

A repercussão entre os colegas, segundo o estudante, foi grande. “Alguns ficaram muito impressionados. Alguns falam que estudar pra [olimpíada de] física requer quatro anos. E eu fiz com dois”, diz.

Como consequência dessa vontade de aprender sempre mais, as medalhas, que começaram a vir em 2015, não pararam mais de encher a coleção do jovem. São cerca de 15, entre ouro, prata e bronze em competições estaduais, nacionais e internacionais.

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Medalhas de ouro

  • Olimpíada Internacional de Física (2021)
  • Olimpíada Internacional de Ciência Júnior (2019)
  • Olimpíada Brasileira de Física (2019 e 2020)
  • Olimpíada Paulista de Física (2019)
  • Olimpíada Brasileira de Ciência (2019)

Medalhas de prata

  • Olimpíada Brasileira de Física (2018)
  • Olimpíada Nacional de Ciências (2018 e 2020)
  • Fase classificatória do Torneio Internacional de Jovens Físicos (2019 e 2021)

Medalhas de bronze

  • Olímpiada Brasileira de Matemática (2015 e 2016)
  • Olimpíada Paulista de Física (2017)

Para a conquista mais recente, foram dois anos de dedicação, dúvidas e dias com rotinas de estudo que variavam entre 13 e 16 horas mesmo no período de férias escolares. Videogame com amigos e aulas de caratê foram alguns escapes importantes nos intervalos dos estudos.

“Teve época em que eu acordava, estudava e dormia. Tinha vezes que eu descansava umas seis horas. (…) Tinha dia que eu fazia isso. Dependia muito de como eu estava, às vezes eu só queria estudar”, diz.

A boa memória e a determinação também foram importantes, conta o aluno.

“A maior dificuldade para se estudar física é ter a criatividade necessária para resolver a questão. Agora, acho que a questão que ajudou bastante foi a vontade de aprender, de continuar querendo ir atrás, mesmo quando não estava entendendo a questão.”

Fonte: Portal Educações

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.