Doces cheios de açúcar sempre foram associados à cultura infantil. Nas festas de aniversário infantil, por exemplo, os cardápios são quase os mesmos: brigadeiros, beijinhos, refrigerantes, bolo com coberturas e cremes doces. Pensamos pouco sobre os malefícios dos alimentos ricos em açúcar causam em bebês e crianças.
O que deveria ser uma refeição eventual, acaba dominando o cardápio das crianças em casa, na escola, nos passeios. As principais consequências para este desequilíbrio na alimentação, que tem vários excessos, e o açúcar é um deles, são os danos à saúde.
Neste artigo, falaremos sobre os malefícios do açúcar para bebês e crianças, explicando sobre algumas doenças causadas por seu consumo exagerado. Também daremos dicas de como evitar esses excessos.
Vicia tanto quanto droga:
Um alimento aparentemente inocente, o açúcar é um carboidrato que pode ser agressivo ao organismo das pessoas.
Já existem estudiosos que afirmam que os malefícios causados pelo açúcar são semelhantes aos danos causados por drogas. Quando se consome o açúcar, o corpo produz um ciclo vicioso: há um desequilíbrio da produção de dopamina, que traz bem estar repentino e com uma queda em seguida, que exige que o corpo consuma mais açúcar.
São altos e baixos de dopamina, que fazem com que a criança se sinta muito bem e cheia de energia num momento, para em seguida deixá-la estressada e irritada. Para um adulto, essas variações já são danosas para a saúde mental e física. Para uma criança, é muito pior, porque ela ainda está aprendendo a lidar com as sensações e seus sentimentos.
Existe um livro, chamado O Livro Negro do Açúcar, escrito pelo historiador e pesquisador Fernando Carvalho, que fala um pouco sobre a relação entre a indústria alimentícia, que produz muitos alimentos com excesso de açúcar, com a indústria dos medicamentos, que trata das inúmeras doenças crônicas, metabólicas e degenerativas causadas por esse doce veneno.
Alimentos industrializados:
Os alimentos industrializados, tanto comidas quanto bebidas, possuem um tipo de açúcar que é a frutose. A frutose ela é metabolizada pelo fígado antes mesmo que a glicose (forma mais natural de açúcar), causando um desequilíbrio no corpo, que pode causar diabetes e até obesidade.
As crianças ainda estão desenvolvendo o sistema hepático, que é responsável por metabolizar esse tipo de substância. O consumo de alimentos industrializados que contém frutose prejudica o desenvolvimento dessa parte do organismo e o torna mais suscetível a essas doenças.
A frutose é um açúcar encontrado naturalmente nas frutas frescas, que contém benefícios para a saúde, como as fibras, os nutrientes e os anti-oxidantes. O problema maior é que muitos alimentos industrializados possuem muito açúcar e muito pouco de outros nutrientes. Isso resulta em poucos nutrientes e muito carboidrato, que desestabiliza o organismo.
Principais doenças causadas pelo excesso de açúcar:
O consumo de açúcar em grandes quantidades pode causar inúmeras doenças para crianças e adultos. Entre elas está a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, colesterol alto, obesidade mórbida, hipertensão, vários tipos de cáries e hipoglicemia.
Essas doenças podem acontecer ainda na infância ou na vida adulta. Elas prejudicam muito a qualidade de vida e podem levar à morte.
Dicas para evitar açúcar:
Diante de tantos malefícios, é quase automático o pensamento: e como tirar o açúcar da dieta das crianças?
A primeira coisa a se pensar, principalmente quando falamos de bebês e crianças muito pequenas, é que o açúcar é mais necessário para o adulto do que para a criança. O bebê não pede açúcar para a mãe, ele não conhece esse sabor. Os adultos que introduzem alimentos com ele na dieta da criança.
Outra coisa que é preciso ter em mente é que o açúcar dificilmente será banido totalmente do cardápio. Para os adultos que já estão acostumados a ele será difícil abandoná-lo de uma hora para outra. E as crianças, cedo ou tarde, entrarão em contato com alimentos açucarados.
O que fazer então? O segredo está no equilíbrio: diminuir a quantidade de açúcar aos poucos, não apenas para os bebês e crianças, mas para toda a família. A saúde agradece.
Veja algumas dicas interessantes:
1. Leia os rótulos das embalagens:
No rótulo das embalagens dos produtos industrializados, a lista de ingredientes não é aleatória. Ela obedece a uma ordem: os ingredientes mais abundantes vêm primeiro.
Então, quando for comprar os produtos no mercado, procure dar uma olhadinha no rótulo. Um suco de frutas em que o açúcar é o segundo ou terceiro na lista, vindo antes até do que a fruta propriamente dita não é recomendável, certo?
2. Consuma alimentos in natura:
Alimentos industrializados são muito práticos, realmente. Mas, existe uma coisa mais prática ainda: os alimentos in natura. É só lavar e comer!
Bateu aquela fome antes do horário do almoço? Que tal uma fruta? Deu vontade de comer alguma coisa à tarde? Por que não comer uma salada de frutas molhada com suco de laranja?
Muitas vezes, as frutas não dão uma sensação de saciedade igual a de um salgadinho, por exemplo. Nesses casos, coma mais de uma fruta. Ainda é melhor do que comer algo que vai fazer mal.
3. Substitua o açúcar refinado por açúcar mascavo:
O açúcar refinado passa por um processo de purificação para deixá-lo mais puro e mais branco. Na prática, isso significa que todos os nutrientes, fibras e outras substâncias que fazem bem à saúde foram retiradas.
O açúcar mascavo ainda preserva alguns benefícios e possui um sabor muito bom, que vai além do doce.
Procure substituir um pelo outro aos poucos, até que você e sua família se habituem a ele.
4. Diminua o açúcar nos preparos caseiros:
Cortar de uma vez é mais difícil mesmo. Então, procure ir diminuindo aos poucos. Menos uma colher no café, depois menos duas…
A receita pede uma xícara de açúcar? Coloca um pouco menos. Num dia em que estiver com mais inspiração, use mel ou uma fruta que já é doce.
O mais importante é a constância, manter o hábito de diminuir o açúcar até o momento em que ele não será mais tão necessário em todas as refeições.
Melhorar a qualidade de vida e evitar doenças são benefícios muito mais gratificantes. Vale a pena passar por um processo de adaptação. Ainda mais nos dias de hoje, em que as doenças causadas por maus hábitos alimentares estão cada vez mais comuns.