Paratleta que perdeu ambas as pernas após atentado com bomba se torna campeã da natação

Mais que a mera oportunidade de torcer nas disputas esportivas, as Olimpíadas e as Paralimpíadas dão espaço para o mundo conhecer as histórias de atletas e paratletas que nem sempre têm a atenção merecida da mídia.

É o caso de Haven Faith Sheperd. Para a nadadora que compete em Tóquio neste ano, “Fé” é mais do que apenas seu nome do meio (Faith, em inglês). É uma palavra que ela quer que as pessoas, especialmente as meninas, levem em consideração quando ouvem sua história.

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“Se você tem fé em si mesma, pode seguir em frente“, disse Haven em entrevista à Revista People dias antes do início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Aos 13 anos, Shepherd disse a si mesma que seria uma atleta paraolímpica. Hoje, aos 18, ela faz parte da equipe dos EUA.

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Essa fé a impulsionou por uma vida com muitos desafios que começou quando ela era uma bebê recém-nascida no Vietnã. Quando tinha 14 meses, seus próprios pais biológicos instalaram uma bomba em suas pernas, na esperança de que o dispositivo tirasse a vida da família inteira.

No entanto, apenas os pais faleceram: Haven perdeu ambas as pernas, mas sobreviveu. Hoje, ela diz que não guarda ressentimento pelo que aconteceu. “Essa é uma vida que nunca vivi; não me lembro“, contou.

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Seus pais biológicos viram o casamento desmoronar após um caso extraconjugal. Na cabeça deles, se não poderiam mais ficar juntos, então todos morreriam.

Seis meses depois da tragédia, Haven conheceu seus pais adotivos Rob e Shelly Shepherd, que lhe deu muitas razões para acreditar e continuar vivendo.

Após cinco anos de treinamento feito duas vezes por dia, a nadadora estará representando a Equipe dos EUA pela primeira vez em Tóquio, nadando nos 100m peito e 200m medley individual.

“Meus pais me deram o mundo“, diz Haven, “e me colocaram pra valer nos esportes”.

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Tendo crescido com seis irmãos e irmãs mais velhos e muito engajado esportivamente, a jovem recebeu pernas protéticas de uma organização sem fins lucrativos quando era criança e começou a correr. Depois de um tempo, percebeu aos 9 anos que odiava correr. Ela desistiu, mas seus pais insistiram em outro esporte.

Com uma grande piscina no quintal da casa de sua família em Carthage, no Missouri, Haven começou a nadar. As aulas de natação se transformaram em uma diversão e sua jornada para se tornar uma nadadora de elite começou.

Como a maioria dos adolescentes, a vida social de Haven são seus amigos, seu telefone e o zumbido constante de mensagens de texto e e-mails. No treino de natação, todo aquele barulho vai embora por algumas horas…

A piscina é onde a nadadora se sente livre na “calmaria” da água, diz ela, onde não há som e não há necessidade de suas pernas protéticas. “Eu recebo meu Zen de volta”, compartilha ela.

Olhando para Tóquio, Haven tem orgulho de sua dedicação ao treinamento ao longo dos anos e seu otimismo é contagiante. A família dela estará unida no Missouri, torcendo por ela, que tem chances reais de conquistar medalhas.

“Se eu sair de Tóquio com a cabeça erguida, isso vale mais para mim do que uma medalha de ouro“, afirmou a jovem de 18 anos, sempre confiante. “Fé é acreditar sem ver, e tenho a convicção de que vou me sair bem”, completou.

Fonte: People

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Gabriel tem 24 anos, mora em Belo Horizonte e trabalha com redação desde 2017. De lá pra cá, já escreveu em blogs de astronomia, mídia positiva, direito, viagens, animais e até moda, com mais de 10 mil textos assinados até aqui.