Por Tiara Martins
Querida Anne, talvez seja muita ousadia minha lhe escrever, é difícil escolher as palavras certas para quem as ama tanto quanto eu.
Mas você me ensinou muito e a maioria de suas lições foram sobre que, mesmo que te machuquem a ponto de esquecer quem você realmente é, ainda assim pode transformar essa dor em algo bonito.
E mostrou que muitas vezes o que a gente diz e sente pode ser interpretado de uma maneira bem diferente do que imaginávamos, mas nem por isso devo tomar a minha verdade como única, cada um enxerga o mundo a partir da sua própria história, cada coração carrega dentro de si um universo inteiro e não cabe a mim julgá-lo.
Com você aprendi que por mais que a gente ame alguém, devemos deixá-lo livre, o amor não é gaiola que aprisiona, é um céu que liberta e te dá infinitas possibilidades.
Você faz com que a gente se olhe e perceba que a beleza externa é uma extensão do que guardamos dentro de nós.
Ah! Anne, por vezes quis ser sua amiga, porque com você entendi que amigo luta as nossas lutas e por mais que não concorde com o que pensamos, estará ao nosso lado sempre e por muitas vezes, isso é tudo que precisamos.
Você nos faz admirar as coisas mais simples da vida e dar a elas o seu verdadeiro valor.
Porque você é justa e honesta com tudo que te rodeia e talvez por isso sinta tanto, ame tanto, se entregue tanto, sonhe e fale tanto, porque consegue enxergar além do óbvio, além do que muitos se recusam a ver e por isso prefira viver a vida intensamente mesmo que isso te custe caro algumas vezes e é essa coragem que te move.
Com você aprendemos que o que nos difere dos demais não é a nossa aparência, crença, orientação sexual ou status financeiro, o que nos diferencia do outro é a nossa capacidade de amar, de perdoar e compreender o que acontece dentro de cada um.
Obrigada Anne por plantar uma sementinha de esperança nos corações sensíveis, por nos trazer tanta poesia e aquela fé bonita de que no final tudo se completa, tudo se ajeita.
Me despeço com um oceano nos olhos, mas com um sorriso que de tão largo chega até o outro lado do mundo.
Um até logo Anne, porque você é eterna demais para um adeus.
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