O Pequeno Príncipe é uma obra fantástica recheada de milhares de simbologias e significados. Eu diria que cada um de nós se vê retratado em algum ponto da obra. Disfarçado de uma obra infantil, esse diminuto livro nos faz pensar profundamente sobre temas universais como o amor e a amizade. No entanto, falar do Pequeno Príncipe e não citar seu autor, o escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry é quase impossível, pois ele mesmo parece estar retratado na obra. Além do mais, muito do que aparece no livro diz respeito diretamente à vida pessoal do autor, um homem apaixonante que conquistou o coração não só de Consuelo, sua esposa, mas também o nosso.
Acima: Foto de Antoine de Saint-Exupéry e sua esposa, a salvadorenha Consuelo.
1 – A obra O Pequeno Príncipe só existiu por causa de um acidente de avião
No ano novo de 1936, o avião que Antoine de Saint-Exupéry pilotava, autor do Pequeno Príncipe, caiu no deserto do Saara e ele passou quatro dias sofrendo de desidratação, fome, e tendo alucinações, até ser resgatado por um beduíno. A ideia para a história do pequeno príncipe surgiu nesse momento.
2 – Antoine de Saint-Exupéry, o escritor do Pequeno Príncipe era um conde aviador.
O escritor do Pequeno Príncipe tinha um nome longuíssimo: Antoine Jean-Baptiste Marie Roger Foscolombe e tinha um título de nobreza que lhe conferia o status de Conde de Saint-Exupéry. No final das contas chamavam-no de Antoine de Saint-Exupéry ou, para os íntimos, Tonio apenas. Ele era um conde, mas trabalhava como aviador contratado para fazer entregas postais.
3- O avião de Antoine caiu no Saara porque o escritor estava atolado em dívidas
Apesar da sua situação econômica não andar muito boa, Antoine de Saint-Exupéry não resistiu à tentação de comprar um avião, se bem que esperasse tirar proveito disso: o Ministério da Aeronáutica da França oferecia um prêmio de 150.000 francos a quem batesse o recorde de tempo no trajeto Paris-Saigon. Sua situação econômica era tão crítica que lhe cortaram a luz e o gás do apartamento onde vivia com a esposa Consuelo. Foi tentando bater esse recorde que Antoine sofreu o acidente que o inspirou a criar o Pequeno Príncipe.
4- Consuelo, a esposa de Exupéry era a rosa do livro O Pequeno Príncipe
A rosa que tanto tosse na história do pequeno Príncipe é Consuelo, que sofre de asma. A rosa é frágil e de personalidade forte, assim como a esposa de Antoine. O relacionamento de Antoine e Consuelo foi marcado por idas e vindas. Assim como o Príncipe, Antoine vivia partindo e voltando para sua esposa e apesar das brigas e diferenças ele demonstrava grande fascínio por ela, uma artista nata, cheia de convicções e bastante enigmática. Para alguns Consuelo era um tipo de Sherazade, pois ela contava muitas histórias acerca de si, a ponto de confundir as pessoas sobre seu passado. Por isso ela era chamada de Sherazade dos trópicos, já que nascera em El Salvador.
5- Antoine pediu sua esposa em casamento horas depois de conhecê-la
Em Buenos Aires Antoine conheceu a salvadorenha Consuelo. Ela se encantou com sua figura: um homem de quase 2 metros de altura, audacioso e aventureiro, aviador, com jeito de garotão, que tocava piano. Ele a pediu em casamento naquele mesmo dia, horas depois de tê-la conhecido. Levou-a para voar em seu avião e lá antes de pedir por um beijo pediu-lhe a mão. Notando a negativa de Consuelo em dar-lhe a mão e o beijo ele desligou o avião que caiu em parafuso até que ela resolveu ceder. O beijo aconteceu, mas o casamento somente anos mais tarde.
6- Antoine escreveu uma carta de 40 páginas quando conheceu a esposa
Muito do que se conhece sobre a vida de Antoine se dá pelo fato do escritor em vida gostar de escrever cartas aos mais próximos. Trocou cartas por toda vida com a mãe, com amigos e com a esposa. Quando conheceu Consuelo, arrebatado por uma paixão avassaladora, escreveu uma carta de quarenta páginas para ela.
7- Jung concluiu que Antoine apresentava um forte complexo materno
Em Símbolos de Transformação Carl Jung disse sobre o autor do Pequeno Príncipe: “o complexo materno deste autor foi abundantemente confirmado por informação de primeira mão”. De acordo com inúmeras evidências é provável que Antoine, do ponto de vista da psicologia profunda de Carl Jung, tivesse uma personalidade Puer Aeternus (Eterno Jovem) representada por um arquétipo relacionado com à mudança e à renovação. Conforme Marie-Louise Von Franz, o homem que se identifica com o Puer Aeternus permanece muito tempo na psicologia adolescente “com uma dependência excessiva da mãe” e dentre outras características tem adoração por esportes e atividades que envolvam altura e risco.
8- O esteroide B612 é uma cópia da cidade de Armenia, em El Salvador
A esposa de Antoine de Saint-Exupéry, Consuelo, nasceu na cidade de Armenia em El Salvador, um pequeno país da América Central. Antoine conheceu a terra natal da esposa e tudo leva a crer que a paisagem encontrada no asteroide B612 é a mesma encontrada por quem observa a vista de lá. Da cidade de Armenia pode-se ver três vulcões, dois ativos, o Izalco e Santa Ana e um inativo, o Cerro Verde. Também são encontradas por lá árvores frondosas assim como os Baobás, as Ceibas.
9 – Os asteroides descritos em O Pequeno Príncipe existem de verdade e têm nome,/h2>
Engana-se quem lê o Pequeno Príncipe e acredita que o autor inventou os asteroides citados na obra. Todos existem e além de serem denominados por seu número, possuem um nome. Somente no caso do asteroide B612, não podemos dizer o mesmo, pois não se encontra um asteroide com essa nomenclatura, apenas o 612 chamado de Veronika. O asteróide 325 leva o nome de Heidelberga. O 326, Tamara. O 327, Columbia. O 328, Gudrun. O 329, Svea. E o asteroide 330 chama-se Adalberto.
10 – Antoine de Saint-Exupéry morreu no dia de seu aniversário
Em 29 de junho de 1944, dia do aniversário de Antoine, a sua missão aérea era fotografar a região do lago de Annecy, à qual lhe trazia muitas lembranças da infância. O turno cabia a outro piloto, mas ele suplicou que este trocasse de turno com ele, quase como um presente de aniversário, para poder voltar a percorrer uma região que lhe trazia tantas boas lembranças. Logo depois de decolar, Antoine perdeu um motor e foi derrubado por um caça alemão. O alemão Horst Rippert assumiu ser o autor dos tiros responsáveis pela queda do avião de Antoine e disse ter lamentado a morte dele. Declarou Rippert anos mais tarde: “Eu só soube depois que era Saint-Exupéry. Eu queria que não tivesse sido ele, porque todos os jovens da minha geração leram seus livros. Nós adorávamos ele”.
11- A morte de Antoine e do Pequeno Príncipe guardam semelhanças
O Pequeno Príncipe desejava voltar para o lugar de onde veio, sem o corpo, ou seja, em espírito. E Saint-Exupéry também tinha um desejo espiritual irrefreável que leva certas pessoas a desdenhar, inconscientemente, a vida corpórea, pondo-a em perigo, para poder viver uma vida espiritual. O corpo de Antoine de Saint-Exupéry nunca foi encontrado depois da queda de seu avião.
12 – A última carta de Antoine chegou após sua morte
A carta que o escritor escreveu para a esposa chegou duas semanas após seu falecimento e dizia: “Consuelo, eu preciso das suas cartas assim como preciso de pão para viver. Você é meu doce dever, eu gostaria de poder te amparar. Eu só quero dizer que eu te amo. Tenha certeza de que meu amor por você é tão resplandecente quanto a luz do sol”.